Em meio as minhas noite de insônia acabei achando um blog que falava de PUBLICIDADE INFANTIL, e convocava a todas as mães a falarem sobre isso.
No primeiro momento achei meio complicado falar sobre o assunto e que não tinha ainda não me sentia capaz de levantar a questão e talvez nem uma opinião formada. Mas a idéia ficou rondando minha cabeça por um tempo e aí, curtindo essa tarde chuvosa com Malá, assistindo os tradicionais desenhos que ela adora, passou o comercial de uma boneca que ali dançava sozinha,dava piruetas e tinha uma inscrição como uma legenda "os movimentos são produzidos por computação gráfica"- Malá, com dois anos, e lógico incapaz de saber o que trazia a legenda, era hipnotizada por aquela propaganda, instantâneamente falou "-Mãe, compra pá mim?"- e aí a frase me fez imediatamente pensar no que eu tinha lido na noite anterior...
Como profissional apaixonada pela Defesa do Direito do Consumidor, tenho minhas opiniões formadas sobre toda essa prática abusiva a volta de um consumo exacerbado e acho oportunos trazer o artigo 37 do CDC:
"É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.
§ 1° É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços.
§ 2° É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança.
§ 3° Para os efeitos deste código, a publicidade é enganosa por omissão quando deixar de informar sobre dado essencial do produto ou serviço.",
Como podemos observar o código já contempla a matéria protegendo-nos dessa massa que invade nossas casas todos os dias. Mas talvez seja preciso mais.Ainda não tenho informações concretas sobre um projeto de lei que possa tratar exclusivamente da publicidade infantil, mas acho que seria de grande valia, deixando bem claro que não é uma guerra contra o publicitario mas uma defesa mais do que somente ao consumidor, mas sobretudo a minha filha, e aos valores que pretendo que ela carregue consigo.
A pequena Malá ainda é tão novinha para entender o que é real ou ficção, e não adianta eu tentar mostrar ou ensinar, ela vai querer a boneca que dá piruetas e pronto. Por outro lado, não quero ser radical e até desequilibrada em cortar a TV da vida dela, nem posso, pois ao meu ver seria "andar para traz", será remar contra a maré do desenvolvimento e esse não é o melhor caminho, ela precisa saber do que se passa lá fora e do que existe no mundo até para que possa se defender, e aí não estou falando apenas sobre a TV, mas em tudo na vida dela!Enquanto mãe fico sem saber como proceder, como agir, tentando evitar transformar minha filha "num monstrinho consumista", mesmo sabendo que isso é coisa da geração e aí eu me incluo nesta, porque já a minha geração é muito consumista, e leva a vida como se tudo fosse mais feliz se envolver compras, só que nós já passamos dos 20 e quem quiser que faça o que acha melhor da própria vida.O que me preocupa e acho que ainda dá tempo de fazer a diferença é a cabeça dos pequenos e nos adultos que se tornarão.
Apesar de não saber por onde começar acho que levantar a questão e falar sobre isso já é de grande valia.
1 comentários:
Amiga, amei sua postagem!! Sempre converso com o João sobre os desenhos que nossos sobrinhos assistem. Falam de lutas entre demônios, influenciam a compras desesperada de brinquedos...Minha cunhada se vira nos 30 para não ser radical, e ao mesmo tempo tentar educá-los!!
Bjs
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