Aiiii, as vezes eu queria ser uma mãe francesa!!rsrsrs
Me culpo tanto por as vezes ser muito mais mãe do que esposa...de deixar tanto a desejar,por ser tão diferente da namorada carinhosa e atenciosa que fui...A vida é tão corrida quando se tem filho, marido, casa,emprego, que as vezes a gente acaba sendo mais um que outro e quando vê tá deixando um pouco de ser a esposa que sonhou ser...
Achei o texto no blog da
Carol e que ela leu no site da revista
Pais e Filhos, e juro, que fiquei com uma pontinha de inveja das mães francesas!!!
Lições francesas
MÃES FRANCESAS NÃO VIVEM EM FUNÇÃO DOS FILHOS E CONSEGUEM MANTER SUA VIDA AMOROSA APÓS A MATERNIDADE. SIM, ELAS SABEM VIVER BEM
POR DEBRA OLLIVIER / TRADUÇÃO DE MARIANA SETUBAL, FILHA DE CIDINHA E PAULO
Há 16 anos conheci um francês em Los Angeles e acabei indo com ele para sua terrinha, onde me casei, tive dois filhos, ganhei dupla nacionalidade e imergi na cultura local.
Ser mãe na França tinha seus desafios. Quando nosso primeiro filho, Max, tinha apenas 3 anos, nós o matriculamos numa escola bilíngue. Seis meses depois, sua classe foi convidada para uma viagem à Inglaterra, o que era um evento anual. Quando me recusei a deixar Max participar, a diretora me disse: “Madame, segurar seu filho não é bom para seu espírito de independência. Você precisa deixá-lo ir para que ele possa aventurar-se pelo mundo”. E continuou: “Nós só temos esse problema com mães americanas”.
E lá foram as crianças: as francesas para a Inglaterra; as americanas, para casa com suas mamães. As mães francesas curtiram três dias adoráveis sozinhas com seus maridos em Paris. Elas beberam vinho e namoraram bastante antes de os pequenos voltarem. Enquanto isso, as mães americanas iam para o parque, sentavam no chão, se divertiam e voltavam para casa exaustas.
Quando me mudei para Paris, fiquei admirada com as francesas: como elas conseguiam empurrar um carrinho andando de salto alto sobre paralelepípedos? Como sua libido funcionava com todas as demandas da maternidade? Como elas conseguiam e eu não?
Depois de ficar grávida do Max, fui para os Estados Unidos e voltei carregada de livros de ajuda a mães de primeira viagem, brinquedos educativos e um monte de ideias bem intencionadas sobre como resguardar o filho de qualquer contratempo que ele possa ter na vida. Assim, quando nosso bebê começou a engatinhar, protegi o apartamento inteiro com protetores de quina, cadeados nas gavetas e protetores nas tomadas.
A sala estava amontoada com brinquedos gigantes e fluorescentes. Minha vizinha francesa deu uma espiada e disse: “Seu apartamento parece um hospício”.
A casa dela era diferente. Seus filhos, de 5 e 7 anos, tinham regras e limites, e a única proteção com que ela se preocupou foi uma grade na escada. A sala era um lugar da família, espaço que as crianças aprenderam a respeitar.
Na casa dela, as crianças estavam na cama antes das 20h, de forma que a mamãe e o papai podiam ficar juntos. Esse tempo de privacidade é sagrado. E os dois não fingem que vão para a cama ler um livro: “Uma noite, quando eu estava colocando minha filha de 7 anos na cama, ela perguntou: ‘Você e o papai estão indo para o quarto se beijar?’. E eu respondi: ‘Claro. Mães e pais se beijam à noite, porque eles se amam'. 'Boa noite’”, disse ela.
NA FRANÇA, A MAIORIA DAS CRIANÇAS TEM DE SE ADAPTAR AO MUNDO ADULTO, NÃO O CONTRÁRIO. LIMITES SÃO ADOTADOS NÃO APENAS PORQUE SÃO CONSIDERADOS BONS PARA AS CRIANÇAS, MAS PORQUE ELES PROTEGEM A SAGRADA PRIVACIDADE DO CASAL. APRENDI QUE OS FRANCESES SÃO EXPERTS EM MANTER O AMOR VIVO DEPOIS DOS FILHOS.
Comecei a entender que, enquanto as mães francesas impõem limites severos aos filhos, elas também procuram deixar o caminho livre, dando um passo para trás para que eles possam se “aventurar pelo mundo”, como tinha me dito a diretora da escola.
Aos poucos, comecei a me tornar uma mãe à francesa. Quando minha filha nasceu, o nosso estoque de utensílios de proteção de bebês já estava empoeirado no porão. E quando, três anos depois, a mesma diretora me perguntou sobre a viagem anual à Inglaterra, eu sorri e disse “Oui”.